domingo, 20 de julho de 2014

Mesma data, vários anos.

Lembro-me como se fosse hoje, eu estava sentada no mesmo banco, na mesma praça, observando pessoas felizes, afundada em minha melancolia por saber que talvez eu nunca fosse ser feliz assim. 

Era uma daquelas tardes em que o sol brilhava forte, e até mesmo a gigante árvore em que eu repousava minhas costas era capaz de proteger-me dos raios solares não era capaz de me proteger dos raios solares, meus olhos brilhavam com tanta luz que aquela tarde tinha, e foi naquele mesmo dia com tantas pessoas felizes, que eu fui feliz também.

Ele era alto, loiro, mas seu cabelo parecia ter recebido um jato de graxa, pois estava um pouco escuro e eu percebi que aquela não era sua cor normal. Andava um pouco curvo, mas aquele sorriso, ah... aquele sorriso poderia pôr fim a guerra e curar o câncer, era de longe o mais belo. E ele me deu seu sorriso, assim, de graça. Sentou-se ao meu lado e como um bom cavalheiro me desejou boa tarde, e a partir desse cumprimento tão singelo, uma conversa iniciou-se. Juro por Deus que não vi as horas passarem. Juro também que só depois de muita conversa fiada, percebi que ele tinha sido o primeiro amor da minha infância. Como eu não lembrava-me? Não sei, só sei que ele lembrava. Trocamos telefones e depois de vários encontros percebi que ele ainda me amava. E era recíproco. 

Um belo dia acordei e percebi que já tinham se passado nove anos, era dia do nosso aniversário de nove anos de namoro, meu telefone tocou: era ele. Atendi tão feliz que ninguém no mundo poderia estar tão feliz assim. Mas a notícia me quebrou, ele partira. Se fora nos nossos nove anos de amor. Não quis saber como, e, até hoje, não sei.

Hoje comemoraria dez anos com ele, no mesmo banco na mesma praça e diferente do dia que o conheci, o sol não estava brilhando, hoje o céu chorava e suas lágrimas limpavam as minhas.

Victória.

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